domingo, 17 de outubro de 2010

O valor do estudo bíblico

É essencial que tenhamos um bom senso de valores. Sabemos que isso é verdade no dia-a-dia. Sai caro ao comprar ou vender se não tivermos um senso correto de valores. A Bíblia mostra os naufrágios de muitos que não tinham um discernimento de valores – Ló, Esaú, Balaão, Judas e Demas. Nós reconhecemos o valor do estudo da bíblia?
A fim de ter o valor correto do estudo bíblico, temos primeiro que ter um valor apropriado da bíblia. Para aqueles que provavelmente vão ler isso, você já sabe o valor da Bíblia. Sabemos que é muito proveitoso como guia para esta vida e para apontar o caminho para a vida eterna. Podemos falar da boca para fora do seu valor, mas se realmente a valorizamos, iremos estudá-la. Vamos rever alguns motivos que nos lembram o valor do estudo bíblico.

Dá-nos fé (João 20:31). A fé é necessária para a conversão (Atos 15:7) e para agradar a Deus (Hebreus 11:6). É essencial para o filho de Deus pois “o justo viverá por fé” (Romanos 1:17). A fé é nosso escudo (Efésios 6:16) e nos dará a vitória (1 João 5:4).

Irá fortalecer nossa esperança que pode nos salvar (Romanos 8:24). Irá estimular nosso desejo de ir para o céu e nos dará a segurança de que estamos a caminho. Servirá de âncora nas tempestades da vida (Hebreus 6:18-20).

O estudo bíblico nos fará sábios naquilo que realmente importa (Salmo 119:98-99). Isto é, o estudo vai nos fazer sábios se continuarmos nas coisas aprendidas (2 Timóteo 3:14-15).

O estudo da palavra nos guarda do pecado (Salmo 119:9,11) e nos capacitará para superar o pecado (1 João 2:4).

O estudo da Bíblia nos ajudará a evitar a apostasia (Salmo 37:31). A falta de conhecimento da palavra de Deus leva a destruição (Oseías 4:6).

Dá alegria (Salmo 19:8). O mundo enganado não acredita, mas a alegria completa se encontra em Deus (1 João 1:4). O estudos faz-nos capazes de ter alegria mesmo nas coisas ruins (Tiago 1:2-4; Romanos 8:28).

O estudo da Bíblia consola (Salmo 119:92). Quando um ente querido parte deste mundo, nada pode nos consolar como a Bíblia (1 Tessalonicenses 4:18). Haverá horas na vida de cada um em que precisaremos de consolo. O estudo nos capacitará a encontrar consolo.

Fornece alimento para a alma (Mateus 4:4). Tem uma receita apropriada para a criança e outra para o maduro (1 Pedro 2:2). A palavra de Deus deve ser mais desejada do que ouro e todas as coisas materiais (Salmo 19:10).

Tem bons frutos (Mateus 7:16). Tem um efeito exaltante na humanidade. Tem liberdade avançada. Opõe-se as coisas que corrompem. Levanta a moralidade e dá dignidade às mulheres.

Salva a alma quando recebida corretamente (Tiago 1:21). Não é fria nem morta, mas é como um fogo (Jeremias 23:29) e é viva e poderosa (Hebreus 4:12). Levou 3.000 pessoas a procurarem a salvação em Cristo no dia de Pentecostes (Atos 2).

Se conhecemos e cremos nestas coisas, o estudo da Bíblia fará parte do nosso dia-a-dia.

–por Robert W. Goodman

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Os dias de Gênesis 1

Uma das diferenças mais chamativas entre os crentes e os descrentes é a sua posição em relação à origem do universo e da vida. Aqueles que acreditam na Bíblia asseguram que a existência do universo e da vida é por causa de uma ação criativa de Deus, enquanto muitos descrentes acreditam em alguma teoria de evolução.

Há muito tempo, existe um debate entre os crentes, portanto, em compreender exatamente o relato da criação de Gênesis 1. Especificamente, eram os “dias” da semana da criação dias normais de 24 horas, ou poderiam estes dias terem sido períodos maiores de tempo?

Não é minha intenção colocar, explorar ou refutar os argumentos daqueles que afirmam que os dias da semana da criação fossem mais longos que 24 horas. Quero tentar a tarefa mais modesta de mostrar as provas de que os dias da semana de criação eram de períodos de 24 horas.

Estou perfeitamente ciente de que a palavra “dia” no Velho Testamento (a palavra hebraica yom), pode se referir a um período de tempo maior ou menor de 24 horas. “Dia”, às vezes, significa “as horas claras”, contrária à “noite” (veja Gênesis 8:22, para um exemplo). “Dia” também pode se referir a um tempo indefinido, como a frase “dia de ira” ou “dia do Senhor”. Estes “dias” não eram pontos específicos num calendário mas foram compreendidos, em termos mais gerais, como uma época (independentemente de onde ficava no calendário) em que Deus viria com ira contra um inimigo. Em tais frases “dia” significa “evento”. Às vezes, a palavra “dia” significa simplesmente “tempo”, como quando um escritor da Bíblia diz que algo durou “até ao dia de hoje” (confere Gênesis 19:37-38) ou como quando Isaque disse que não conhecia o dia da sua morte (Gênesis 27:2). E, às vezes, a palavra se refere a um período de 24 horas. Como muitas palavras na Bíblia, o sentido exato da palavra “dia” deve ser deduzido de acordo com o contexto no qual é usado. A pergunta é, portanto, se há algo em Gênesis 1 que nos fale como compreender a palavra “dia”? Eu acho que há. É a presença das palavras “primeiro”, “segundo”, “terceiro” e diante no relato dos dias da semana da criação. Consistentemente no Velho Testamento, até onde eu sei, cada vez que a palavra dia é acompanhada por um número, sempre se refere a um período de tempo de 24 horas. [Isto é, certamente, uma interpretação dos dados. A força dos dados é relatada de várias maneiras. G. Hasel relata 150 utilizações de yom com numerais e alega que todas se referem a um dia de 24 horas. K. Ham relata 358 utilizações com a mesma alegação. Eu não fiz o trabalho de estatística, então digo “até onde eu sei”. Porém, o caso para os dias de Gênesis 1 como dias de 24 horas não é apenas baseado neste ponto.]

Não há uma boa razão para supor que Gênesis 1 seja diferente na sua utilização dos termos “primeiro” (ou “segundo”, “terceiro”, etc.) e “dia” juntos. O fato que a palavra “dia” pode significar um tempo maior não justifica automaticamente compreendê-la desta maneira em Gênesis 1. Devemos deixar que o contexto faça esta determinação, e nada no contexto sugere que devemos abandonar o sentido literal da palavra a favor de uma significação figurativa ou estendida. Resumindo, a maneira mais simples de ler “dia” em Gênesis 1 é de entendê-lo como um período de 24 horas. A responsabilidade de provar o ponto fica para aqueles que defendem uma utilização figurada aqui. Se os dias em Gênesis 1 não são períodos normais de 24 horas, então como devemos compreendê-los? E, mais importante, o que no texto dará os limites para a nossa compreensão?

Há mais no contexto que limitaria os dias a períodos de 24 horas. Repetidamente, no relato, nos é dito “houve tarde e manhã” (seis vezes, no fim das atividades de cada dia). Se os dias têm mais de 24 horas, o que são as tardes e manhãs aqui? O que, no contexto, poderia sugerir que estes eram diferentes dos períodos normais de tarde e manhã pelos quais um dia normal é medido?

Às vezes, alguém objeta ao fato de não ter criado o sol até o quarto dia, então estes períodos poderiam ter sido maiores. Mas o que “manhã” e “tarde” significam em relação aos dias um a três, significa em relação aos dias quatro a seis, e vice-versa. Estas palavras são usadas consistentemente tanto para os dias anteriores quanto para os dias depois de o sol ter sido criado. A melhor maneira, parece, de compreender “manhã” e “tarde” nos primeiros três dias é simplesmente que havia períodos alternantes de luz e escuridão que eram iguais a “manhã” e “tarde” depois de Deus fazer o sol. Havia luz antes de haver sol (e todos os crentes da Bíblia concordam com isso), mas os períodos de luz e escuridão eram iguais antes e depois do sol ser feito.

Considere, também, que, quando Deus colocou luzeiros (o sol e a lua) no céu, ele disse: “e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos” (Gênesis 1:14). Se um dia não é 24 horas, então o que é um ano? É sem sentido falar de um ano se um dia não for um dia normal.

Há outros problemas, também. Por exemplo, é fato que as plantas precisam de sol para sobreviver. Se os dias fossem muito maiores que 24 horas (e muitos argumentam que estes “dias” na verdade são vários, até centenas, de “anos” [?!]), então a parte da “tarde” daqueles “dias” seria tão longa que mataria as plantas que Deus fez no terceiro dia, não deixando mais nada para os animais que ele criou no sexto dia.

Por que deveria existir alguma dúvida a respeito da duração dos dias de Gênesis? A resposta é que alguns aparentemente trazem idéias preconcebidas ao texto. Parte disso tem sido feito por pessoas (inclusive alguns cristãos) que são sinceras e honestamente estão se esforçando para compreender o relato da criação. Sinceras e honestas, porém, eu acredito, incorretas. Mas, em parte, é uma tentativa de fazer a Bíblia dizer o que diz a ciência moderna (descrente). Mas quando a ciência e a Bíblia discordam, a nossa reação será aceitar a Bíblia ou re-ler as afirmações simples bíblicas de forma que sustentam (ou harmonizam com) a ciência? E se, nos dias a seguir, a ciência modificar as suas teorias (como sempre faz)? Voltaremos, então, da nossa posição e retorceremos o texto de outra maneira que sustente as teorias mais novas? O que tal exercício diria da nossa leitura anterior da Bíblia?

Reconheço que fazer os dias de Gênesis períodos de 24 horas não responde cada pergunta que podemos ter sobre este relato, e pode dificultar a resposta de algumas questões. Mas devemos deixar o texto falar por si, e de onde estou, me parece que o texto fala claramente.

–por David McClister

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A insanidade do pecado

"Depois de haver consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar os porcos. Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores" (Lucas 15:14-19).




Como é significativo em sua história do filho pródigo o uso que Jesus faz da expressão: "ele caiu em si". O rapaz tinha literalmente estado "fora de si" em seus esforços para fugir de seu pai tão cuidadoso! Foi a vontade própria e não a sanidade que o levou para o país distante. Intoxicado pelo pensamento de liberdade absoluta, ele fugiu do amor e da sabedoria de seu pai. Ele não estava correndo para alguma coisa, mas correndo de alguma coisa e, assim fazendo, superestimou demais sua própria capacidade. Foi uma aventura insana que acabou custando-lhe muito caro. No entanto, isso já era totalmente previsível.

O mesmo pode ser dito de nós quando nos dispomos a nos afastar de Deus e de suas "onerosas" restrições. O pecado não tem sentido. Um homem não pode vencer numa guerra com Deus. Não podemos encontrar felicidade tentando tornar-nos algo para o que Deus não nos fez. É loucura tentar. O pensamento que somos poderosos e sábios bastante para nos recriarmos numa imagem de nossa própria escolha tem sido o auge tanto da arrogância como da loucura.

Durante algum tempo, ainda que longo, o pródigo suportou a degradação da pocilga. Talvez ele tentasse convencer-se de que era apenas um revés temporário e que aqueles porcos não fediam realmente tanto quanto pareciam. Mas qualquer esperança de que algum dos seus "amigos de farras" o livraria desvaneceu-se rapidamente ("ninguém lhe dava nada"). Seu empregador, um homem duro e indelicado, tendo mais preocupação com seus porcos do que com seus trabalhadores, também era um beco sem saída. E logo ficou claro que alguém tão faminto que estava pronto a comer forragem de porco não estava em posição de salvar-se. O jovem ambicioso que tinha saído para deixar sua marca no mundo agora estava totalmente sem socorro. Ele tinha chegado ao fim das suas forças.

A realidade tem um modo de se levantar e esbofetear o nosso rosto, e a maioria de nós tem que ser esbofeteada com força antes que descartemos nossas ilusões e comecemos a ver o óbvio. O pródigo primeiro enfrentou o fato prático que os trabalhadores braçais de seu pai estavam comendo melhor do que ele. Ele então enfrentou a verdade maior: que tinha tratado com desprezo seu pai que verdadeiramente o amava. Foi esta última compreensão e não a primeira que por fim o modificou. Pode-se imaginar as lágrimas correndo enquanto ele se debatia completamente com o que tinha feito. O fato de ter acabado com toda a sua herança e se reduzido à mais ínfima degradação era a menor das suas loucuras. A injusta aflição e angústia que ele tinha causado a seu pai era o verdadeiro crime. Tocado pela aflição e sem culpar ninguém, a não ser a si mesmo, ele resolveu ir a seu pai, confessar seu pecado, declarar sua indignidade e pedir um trabalho como um trabalhador braçal. O orgulho estava abatido. A humilhação virou humildade.

Alguns incrédulos poderiam argumentar que o rapaz só fez o que tinha que fazer em suas circunstâncias, mas isso não é verdade. Ele tinha outras opções. Ele poderia ter endurecido, roubado, vendido um porco escondido, e ter posto a culpa de suas dificuldades em alguma outra pessoa: seu pai, seus amigos, seu patrão. Isso é feito sempre. Ele agiu bem em não fazer isso. É duro encarar nossa própria loucura, mas é insanidade não fazê-lo. Nós, também, podemos escolher ignorar a realidade, fugir da culpa, zangar-se contra Deus ou outras pessoas mas o pecado é um feitor duro e não haverá misericórdia. "O caminho dos pérfidos é intransitável" (Provérbios 13:15). O duramente ganho "salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23). "Para os perversos, todavia, não há paz, diz o Senhor" (Isaías 48:22).

Este mundo é um asilo de loucos onde homens e mulheres estão iludidos buscando escapar da realidade de Deus e de sua própria natureza (Romanos 1:21-22). Aqueles que despertam em penitência, de coração contrito, para servir humildemente e glorificar seu Criador são os que voltaram aos seus sentidos.



–por Paul Earnhart